Em um período de pandemia, talvez se esperasse que as celebrações no dia de Santa Luzia, protetora da visão, fossem mais tímidas, mas o coronavírus não foi suficiente para abalar a fé dos seus devotos. De máscara, os cristãos enfrentaram fila e se aglomeraram na porta da igreja para terem a oportunidade de reverenciar a santa, neste domingo (13). O dia 13 de dezembro é dedicado a ela, sendo uma das festas mais tradicionais da cidade.
Este ano, foi permitida a entrada de somente 200 fieis a cada missa. Por isso, muita gente ficou aguardando a vez do lado de fora e, mesmo debaixo do sol, garantiram que o sacrifício valia a pena.
Conhecida como a protetora da visão e a padroeira dos oftalmologistas, Santa Luzia está sendo homenageada ao longo de todo o dia de hoje (13) pelos devotos na Igreja Nossa Senhora do Pilar e Santa Luzia, no bairro do Comércio. As próximas missas serão ás 15h, 17h e 19h, mas, antes, por volta das 12h, haverá uma carreata que vai levar a imagem da protetora para percorrer as principais ruas do Comércio e do Subúrbio.
Mais cedo, houve celebração às 6h e às 8h, e entre os dias 10 e 12, a Igreja realizou o tríduo, com cerimônias às 9h e às 18h. Durante todo o dia, a imagem de Santa Luzia fica exposta no adro da igreja, para veneração pública dos fiéis. Os festejos serão encerrados somente amanhã (14), quando às 9h será celebrada a missa por todos os devotos de Santa Luzia já falecidos.
De acordo com o pároco, padre Renato Minho, ao olhar para a santa é possível ver uma jovem mártir da fé e da resistência.
“Santa Luzia nos ajuda a combater o mal, a manter a fé em Jesus, e a fazer essa experiência do céu. Mesmo em tempos de pandemia, em tempos de crises, a nossa fé é uma fé que resiste, é uma fé libertadora em Cristo Jesus, e é por Ele que nós estamos fazendo tudo para a santificação das pessoas. Que a devoção à Santa Luzia possa estimular a nós todos a combater o mal e tudo aquilo que retira a vida”, afirmou.
Mudança
No século XIX, a capela de Santa Luzia ficava na Avenida Lafayete Coutinho (Contorno), no espaço que hoje é o Solar do Unhão, mas o prédio pegou fogo. Assim, a imagem de Santa Luzia foi transferida para a Igreja do Pilar onde permanece até hoje.
Na Igreja, há uma gruta de onde a água mina desde o século XVII, quando o templo ainda era uma pequena capela. A água que corre dia e noite desta fonte que nunca secou é procurada pelos devotos da santa, que lavam os olhos e ainda levam para casa garrafas cheias para familiares e amigos. Os fiéis ficam na fila para lavar os olhos e, na frente da igreja, ambulantes vendem toalhas com o nome de Santa Luzia para que as pessoas possam secar os olhos depois.
Santa Luzia, cujo nome quer dizer luz em latim, nasceu em uma família rica e cristã da Itália, no ano de 283 d.c. Aos 5 anos perdeu o pai e cresceu sob os cuidados da mãe, que sofria de graves hemorragias. Certo dia, ao peregrinar na cidade de Catânia, a menina e a mãe acompanharam o Evangelho pregado durante a missa e a jovem, então, pediu ao Senhor que a mãe ficasse curada e foi rezar junto à imagem de Santa Águeda. No mesmo instante, a cura aconteceu.
Fonte: Correio