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Comprar em atacadão dá economia de até 12%; veja dicas de como economizar 

A depender do produto, comprar em atacados e atacarejos rende uma economia de até 12%, quando comparado às compras em super e hipermercados. É o que indica a presidente do Movimento das Donas de Casa e Consumidores da Bahia (MDCCB-BA), Selma Magnavita. Já o presidente da Associação Baiana de Supermercados (Abase), José Humberto Souza, alega que a diferença não é tanta assim. Segundo ele, a variação é de 5%.  

Por ser mais barato, o segmento virou um grande atrativo para clientes baianos. A dona de casa Carmen Oliveira, 56, conta que há alguns anos só faz as compras do mês em atacados, ou no Assaí ou no Atakarejo, sempre variando de marca. “O atacadão tem muitas vantagens, porque são preços mais baixos, mas também porque faço a compra do mês. Então quem compra em quantidade, acaba economizando”, diz Carmen.  

No mês passado, ela afirma ter gasto R$ 1.400 no Atakarejo, com quase tudo o que precisava para a família, de cinco pessoas, seis cachorros e dois gatos. O mesmo carrinho saiu por R$ 1.100 no Assaí, no mês anterior. “Não é sempre que os preços estão acessíveis, porque, com a pandemia, até os atacadões aumentarem muito de preço. Então temos que variar, para não pagar mais caro e ficar ligado nas promoções, que fica mais viável. Se fosse em mercado normal, gastaria fácil R$ 1.600 a 1.700”, adiciona Carmen.  

No Brasil, em 2021, houve um crescimento de 22% dos atacarejos somente no primeiro trimestre. Em 2020, o setor avançou 26,7%, enquanto que os supermercados e hipermercados cresceram menos de 13%, de acordo com um estudo da Nielsen IQ encomendado pela Associação Brasileira dos Atacadistas e Autosserviço (ABAAS). A Associação, que não tem dados regionais, ainda disse que os preços podem ficar 15% menores nos atacarejos, onde 860 mil famílias fazem compras. 

No caso do Assaí Atacadista, os preços são 15% mais baixos que no varejo tradicional. “Nosso modelo de negócio tem como principal objetivo levar preço baixo e um mix de produtos completo para o dia a dia para que os nossos clientes consigam fazer com o que seu dinheiro possa render mais”, diz o diretor regional do Assaí Atacadista, Fábio Santos.  

Desde a primeira loja inaugurada, em 1974, em São Paulo, outras 212 foram abertas em todo o país. Hoje, a Bahia é o terceiro estado do país com a maior quantidade de lojas – são 18, distribuídas em 14 cidades baianas.  

“O segmento tem crescido bastante em todo o país nos últimos 10 anos. Antes, o atacarejo ainda era muito focado no abastecimento para micros e pequenos comerciantes e vendedores, mas tem sido cada vez mais descoberto pelos consumidores finais em busca de maior economia e fazer o dinheiro render mais. isso tem atraído uma parcela de novos clientes que acaba se fidelizando com o nosso negócio”, diz o diretor regional, Fábio Santos.  

Tendência 
O presidente da Abase, José Humberto Souza, explica que essa tendência de compras em atacados existe há alguns anos. O principal motivo foi a redução de custos, uma vez que oferecem menos serviços, como embalagens, delivery e menos mão de obra, proporcionalmente. “É uma tendência que ocorre há alguns anos no Brasil. Os atacados, por não terem tantas facilidades como os supermercados, conseguem oferecer preços mais atraentes”, esclarece Souza. 

A aposta por esse formato de venda foi por uma crise do setor. “Da forma que estava, era uma fórmula que não dava mais para pagar as contas”, explica. Os produtos que mais valem à pena, segundo ele, são os da linha básica. “Os cereais e feijão, por exemplo, têm preços mais agressivos, mas a diferença não é tão grande. Por as pessoas estarem com a renda reduzida, qualquer centavo faz diferença”, adiciona Souza. 

O Carrefour foi procurado, mas não quis participar da matéria. A rede Atakarejo, G Barbosa, Mercantil Atacado e RedeMix não deram retorno. Já o Grupo Big, formado pelo Maxxi Atacado, Sam’s, Super Bompreço, BIG Bompreço e TodoDia, não podem dar entrevistas, pois estão em período de silêncio, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). 

Compras em grupo 
Para conseguir aproveitar melhor os descontos, o ideal é que se vá aos atacados em grupo, segundo a presidente do Movimento das Donas de Casa e Consumidores da Bahia (MDCCB-BA), Selma Magnavita. “Apesar de as pessoas não terem o hábito aqui em Salvador, orientamos sempre que as pessoas comprem em grupo, com vizinho e amigos, e já fazerem a separação dos produtos no próprio mercado, porque é uma forma muito mais econômica de compras os produtos”, aconselha.  

Os alimentos não perecíveis são os que mais valem a pena comprar nesses locais, segundo ela. Já os de hortifruti, o melhor é adquirir na feira ou até em mercados tradicionais. Outra dica de Selma é nunca deixar escapar os descontos. “Aconselhamos comprar na promoção, porque sempre dá para economizar algumas frações de reais. Se a marca estiver cara, o consumidor deve trocá-la, nem que temporariamente”, adiciona.  

Já o educador financeiro Edísio Freire, orienta ainda que os clientes devem fazer uma lista de compras antes de sair de casa. “Assim, é possível fazer uma compra mais otimizada e aquirir somente aqueles produtos que precisa”, esclarece.  

Mesmo que não for para comprar em grupo, ele diz que os atacados e atacarejos são a melhor opção quando o assunto é preço. “A maioria dos mercados pratica dois tipos de preço, o varejo e o atacado. Então, quando se compra em quantidades maiores, o item por unidade sai mais barato, pelo preço ser mais competitivo. No caso dos não perecíveis, vale comprar em quantidade para estocar, analisando o volume de consumo da casa e se atentando para o tempo de validade”, conclui Freire.  

Preço de produtos em atacado e varejo:
Arroz (kg)

Atakai – R$ 3,39
Atakarejo – R$ 3,48
Atacadão – R$3,75
Hiper Ideal – R$ 4,19
G Barbosa – R$ 4,19

Feijão (kg)
Atacadão – R$ 6,59 (carioca)
Atakai – R$ 7,42 (carioca) e 
Hiper Ideal – R$6,98 (carioca) e R$ 8,49 (preto)
G Barbosa – R$ 5,99 (carioca) e R$ 7,69 (preto)

Farinha de trigo (kg)
Atacadão – R$ 3,79
Atakarejo – R$ 3,88
Maxxi – R$ 3,99
Hiper Ideal – R$ 3,99
G Barbosa – R$ 4,25

Frango inteiro
Atacadão – indisponível no site
Hiper Ideal – R$ 27,45
G Barbosa – R$ 23,76 

Tomate (kg)
Atacadão – indisponível no site
Hiper Ideal – R$ 9,99
G Barbosa – R$ 9,00

Fonte: Agência Brasil

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