“Ouô-uô-gente estúpida… Tu, pessoa nefasta…” (Gêu)
“Bichos escrotos, saiam dos esgotos…” (Titãs)
A escalada de maldades de gente com aparência de certinha e boazinha vai desde a erradicação de árvores saudáveis (covardia), passando pela perseguição aos inofensivos gatos de rua na crueldade de impedir-lhes a alimentação ou soltando cães ferozes na madrugada.
Eleva-se o grau de estupidez da tal espécie “humana” no atentado a bomba contra o ônibus de um clube de futebol, transportando jogadores ao estádio até esgotar o máximo da insanidade na Ucrânia com os senhores da guerra, nosso “esporte” favorito desde hordas mais primitivas.
Para defesa do meio ambiente e animais não-humanos, temos boas leis, capazes de enquadrar a perversão em cinco anos de cadeia, enquanto o atentado ao Bahia pode ter tido a intencionalidade de praticar um homicídio, dadas as circunstâncias.
Nesta sequência, a guerra representaria o ápice da capacidade humana em produzir dor e sofrimento, mortes por dilaceração, seguindo a mesma sordidez e torpeza de caráter daqueles incomodados com a beleza da fauna e a generosidade da flora.
Do Ministério Público, a cidadania saudável espera toda atenção, ao informar-se da materialidade das infrações, não só nos casos de árvores e gatos, mas também da apuração a cargo da delegacia de Brotas, ao verificar como foi urdido o plano do ataque ao buzão.
Chama a atenção o fato de um dos veículos utilizados na emboscada pertencer ao presidente da torcida organizada, embora na versão apresentada pelo advogado, estivesse em Feira de Santana no momento do distúrbio.
Como um artefato explosivo não tem a capacidade de atirar-se a si mesmo, pois não se trata de um ente capaz de deliberação, resta formar crença na ousadia de um ou mais sujeitos, como se vê nas imagens distribuídas a partir da câmera de uma firma comercial.
Teria sido excesso de confiança os donos dos dois veículos envolvidos na trama terem deixado as chaves, talvez penduradas em algum porta-treco pendurado na parede? Ou quem sabe, os terroristas traquinos deram o bote, assim que a liderança deixou a sede da torcida?
Não há dúvida esperar-se do comportamento do chefe todo interesse em colaborar para elucidar o crime, pois da sua solução depende a sensação de resistência do Estado Democrático de Direito ao crescimento das milícias supostamente semeadas em alinhamento ao nazifascismo em ascensão.
O cidadão medianamente informado e em condições cognitivas plenas pode ficar perplexo, diante de um contexto tal de evidências, considerando a organização curiosamente chamada “Bamor” ter adentrado a Cidade Tricolor recentemente para manifestar sua ira.
A perseverar a impunidade, mantido o dano ao Bahia, sem nenhum acusado ou sequer preso provisório, ou mesmo a quebra de sigilo das comunicações, resta levar em alta conta a hipótese de ter evoluído a organização para o formato de milícia do futebol, inaceitável para os padrões civilizatórios.
Por outro viés, a continuar a campanha difamatória e de carga pesada contra o presidente eleito Guilherme Bellintani, teria o jovem cartola de pensar seriamente em andar protegido por escolta e segurança pessoal, pois as instituições da república já estariam em situação falimentar.
Paulo Leandro é jornalista e professor Doutor em Cultura e Sociedade.
Fonte: Agência Brasil